O Governo de Mato Grosso do Sul vai suspender a queima controlada em todo o Estado como medida preventiva diante da seca e das altas temperaturas previstas para os próximos meses. A portaria com a proibição será publicada nos próximos dias.
A decisão foi reforçada na manhã de terça-feira (22), durante reunião do CICOE (Centro Integrado de Coordenação Estadual), realizada na sede da Polícia Militar, no Parque dos Poderes, em Campo Grande.
A suspensão valerá de 1º de agosto a 30 de novembro, abrangendo todo o território sul-mato-grossense. A medida tem como objetivo conter riscos de incêndios florestais, principalmente nas regiões norte, nordeste e leste do Estado, onde os níveis de alerta são mais críticos.
Segundo o secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc e presidente do CICOE, “estamos vivendo o início de uma seca severa, com chuvas abaixo da média e previsão de temperaturas elevadas. Diante disso, o CICOE decidiu suspender a queima controlada em todo o Estado”.
A queima controlada é uma técnica usada para evitar incêndios descontrolados, feita sob autorização e supervisão técnica em áreas agropastoris e florestais. Mesmo sendo uma prática legal, ela será temporariamente suspensa para proteger o meio ambiente.
Coordenado pela Semadesc, o CICOE reúne Corpo de Bombeiros, Imasul, PMA, Ibama, ICMBio, Defesa Civil, Cemtec, Famasul e outros órgãos. A atuação conjunta permite monitoramento constante, decisões rápidas e respostas emergenciais eficazes.
Durante a reunião, a coordenadora do Cemtec, Valesca Fernandes, alertou que “a maioria dos municípios encontra-se em nível de alerta, e alguns já em alerta alto, especialmente nas regiões norte e nordeste”.
A previsão para o trimestre de agosto a outubro é de chuvas abaixo da média, segundo análise de séries históricas de 30 anos, o que justifica a medida.
Apesar do cenário preocupante, o Estado tem obtido bons resultados. O Pantanal teve queda de 97,9% na área queimada em 2025. No Cerrado, a redução foi de 50,6%, e os incêndios florestais diminuíram 54,2%.
Jaime Verruck destacou que “o trabalho em parceria com produtores rurais, apoio da Famasul e o aumento no número de brigadistas – atualmente 700 – têm sido fundamentais”.
Também foi apresentado o Projeto FNMA 2025, que prevê Planos Operativos Municipais Simplificados de Prevenção e Combate aos Incêndios.
“A atuação conjunta entre Estado, municípios e sociedade tem mostrado resultados concretos na preservação do meio ambiente”, completou Verruck.