O barco Madleen, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, foi interceptado pela marinha israelense na madrugada desta segunda-feira. A embarcação fazia parte da Flotilha da Liberdade e tinha a bordo doze ativistas de diferentes países, incluindo dois brasileiros e a ativista ambiental Greta Thunberg. Após horas de tensão e pressão internacional, o grupo foi libertado e deportado.
A missão humanitária saiu do sul da Itália no dia 1º de junho, com destino à costa de Gaza. O barco carregava alimentos, medicamentos, fórmulas infantis e outros itens básicos. A interceptação ocorreu quando o Madleen se aproximava do território palestino. Segundo os organizadores, o barco estava em águas internacionais no momento em que foi abordado.
Os militares israelenses rebocaram o barco até o porto de Ashdod, e os ativistas foram levados a um centro de detenção em Ramla. Familiares e apoiadores chegaram a ficar mais de vinte horas sem notícias do grupo. Entre os detidos estava o brasileiro Thiago Ávila, ativista social conhecido por seu engajamento em causas ambientais e humanitárias. A esposa dele publicou um apelo nas redes sociais, pedindo apoio da sociedade civil e ação do Itamaraty.
A repercussão internacional foi imediata. O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, exigiu a liberação dos tripulantes e destacou que a interceptação em águas internacionais é inaceitável sob o direito marítimo. Outros países também se mobilizaram, reforçando o pedido por liberdade e respeito aos direitos humanos.
O governo de Israel, por sua vez, classificou a ação como uma provocação e afirmou que o barco era parte de uma encenação midiática. Em tom irônico, chamou o veleiro de "iate das selfies" e disse que a carga humanitária seria entregue por canais oficiais.
Diante da crescente pressão internacional, Israel decidiu deportar os ativistas sem apresentar acusações. Os brasileiros já estão em processo de retorno ao país, acompanhados por diplomatas que garantem sua integridade e os devidos trâmites migratórios.
Com o incidente encerrado, a missão humanitária ganhou projeção mundial e reacendeu o debate sobre o bloqueio imposto a Gaza. Mesmo sem conseguir romper o cerco, os ativistas colocaram novamente os olhos do mundo sobre a crise humanitária no território palestino.