O Governo do Brasil, por meio do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), enviou uma carta oficial às autoridades dos Estados Unidos nesta terça-feira (16), expressando forte indignação com a imposição de tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros exportados ao país norte-americano.
O documento foi assinado pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e teve como destinatários o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o representante de Comércio norte-americano, Jamieson Greer.
“O governo brasileiro manifesta sua indignação com o anúncio, feito em 9 de julho, da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1º de agosto”, diz a carta.
O governo brasileiro argumenta que a medida causará impacto muito negativo em setores importantes das duas economias, além de colocar em risco a parceria econômica histórica entre as duas nações.
“Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas”, reforça o texto.
A carta também menciona que, nos últimos 15 anos, o Brasil acumulou déficit comercial de cerca de US$ 410 bilhões com os Estados Unidos, e lembra que, mesmo com esse cenário, o Brasil tem buscado manter o diálogo e apresentar propostas viáveis para equilibrar a relação.
As autoridades brasileiras recordam que, em 16 de maio, enviaram uma minuta confidencial de proposta comercial, mas até o momento não receberam qualquer resposta dos EUA.
“O governo brasileiro ainda aguarda a resposta dos EUA à sua proposta”, destaca o documento.
Na conclusão da carta, o governo reafirma o desejo de continuar negociando:
“O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral”, conclui o texto enviado ao governo dos EUA.