O Governo de Mato Grosso do Sul apresentou nesta quarta-feira (4) à Assembleia Legislativa (ALEMS) o projeto de Parceria Público-Privada (PPP) para gestão de serviços não assistenciais do Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande. A proposta prevê investimentos iniciais de R$ 951 milhões e a contratação de empresa privada que ficará responsável por funções como limpeza, segurança, nutrição, manutenção e logística por um período de 30 anos.
Durante reunião fechada na Sala da Presidência da ALEMS, o governador Eduardo Riedel e sua equipe técnica explicaram que a mudança não afetará o atendimento via SUS, que continuará 100% gratuito e sob responsabilidade da gestão estadual.
O encontro foi conduzido pelo presidente da Assembleia, deputado Gerson Claro (PP), e reuniu todos os parlamentares. “Foi garantido que o Hospital continuará público. Com a parceria, amplia-se a capacidade de atendimento e melhora-se a eficiência sem prejudicar o usuário”, reforçou Claro em coletiva de imprensa.
O secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa, apresentou detalhes da estrutura atual e o que será ampliado com a PPP. Hoje o hospital possui 362 leitos, mas com a construção de dois novos blocos, esse número deve subir para 577, um aumento de 59%. O Pronto Socorro também será expandido, saltando de 22 para 77 leitos. Já o estacionamento passará a oferecer 753 vagas para veículos.
A PPP segue o modelo “bata cinza”, ou seja, inclui apenas serviços administrativos e operacionais, sem interferência nas atividades médicas. Estão incluídos também setores como lavanderia, engenharia clínica, TI, transporte de pacientes e fornecimento de insumos hospitalares.
O leilão do projeto está previsto para dezembro de 2025, e a proposta já começou a tramitar na ALEMS por meio do Projeto de Lei 140/2025, que trata da segurança jurídica das PPPs no setor da saúde.
Durante a reunião, o Governo também anunciou a liberação de R$ 35 milhões em emendas parlamentares destinadas à saúde, com a primeira remessa marcada para 11 de junho. Segundo Gerson Claro, a meta é votar o projeto até 17 de julho sem dificuldades no trâmite.
Na sessão plenária, a deputada Gleice Jane (PT) demonstrou preocupação com o tratamento dado aos servidores terceirizados em modelos semelhantes, citando problemas enfrentados em Dourados com Organizações Sociais (OS). “Se não tem humanização e valorização, não tem também bom atendimento às pessoas”, protestou.
O deputado Zé Teixeira (PSDB) concordou com a necessidade de uma discussão mais ampla sobre a situação de Dourados, destacando a diferença entre OS e PPP, mas defendendo maior diálogo com a população e servidores da saúde da região.